Operação 'Concreto Armado' investiga golpe milionário aplicado no setor da construção civil no Pará
23/05/2025
(Foto: Reprodução) Caso revelou que o esquema já causou prejuízos de pelo menos R$ 200 mil e se espalhava por diversos estados. Operação ‘Concreto Armado’: Polícia Civil prende três pessoas por estelionato em Curitiba
Uma organização criminosa que aplicava golpes sofisticados no setor da construção civil é alvo da Operação Concreto Armado, deflagrada pela Polícia Civil. A investigação, que é coordenada por São Paulo, teve início no Pará, após a denúncia de uma vítima em Belém. O caso revelou que o esquema já causou prejuízos de pelo menos R$ 200 mil e se espalhava por diversos estados.
A quadrilha se infiltrava em grupos profissionais e acadêmicos de engenharia, especialmente no Pará, e se apresentava como representantes de empresas especializadas em concretagem e construção civil. Para enganar as vítimas, os criminosos chegaram a registrar empresas na Junta Comercial de São Paulo com nomes idênticos aos de empresas legítimas do setor.
Além disso, o grupo estruturou um atendimento profissional: criaram um falso call center, elaboravam orçamentos técnicos com aparência oficial e ofereciam condições atrativas — mas compatíveis com o mercado —, o que ajudava a evitar desconfianças.
O golpe só foi descoberto após uma vítima no bairro de São Brás, em Belém, registrar ocorrência denunciando o não cumprimento de um serviço contratado. A vítima, que é engenheiro, relatou prejuízo de cerca de R$ 10 mil após contratar a concretagem. Os boletos foram pagos em nome de uma empresa com nome idêntico a uma verdadeira, o que dificultou a identificação da fraude. O golpe só foi descoberto após sucessivos atrasos no início da obra.
“O atendimento era convincente. Eles mandaram orçamento com linguagem técnica, prazo de execução, projeto visual, tudo certinho. Só desconfiei depois de atrasos sucessivos e quando não consegui mais retorno”, relatou a vítima, que preferiu não se identificar.
Como funcionava o esquema
Segundo as investigações, os criminosos se infiltravam em grupos de engenheiros e acadêmicos, especialmente em redes sociais e fóruns profissionais, onde ofereciam serviços de concretagem e construção com preços competitivos, mas dentro da média de mercado — o que dificultava a detecção da fraude.
A Polícia Civil de São Paulo identificou movimentações financeiras superiores a R$ 200 mil, com parte dos valores sendo sacada rapidamente em espécie. Um dos investigados teria retirado R$ 80 mil de uma só vez. Também foi identificado um estabelecimento comercial com ligação direta ao grupo, que pode estar sendo usado para lavagem de dinheiro.
A vítima, um profissional da capital paraense, relatou prejuízo de cerca de R$ 10 mil após contratar um serviço de concretagem. Os boletos foram pagos em nome de uma empresa com nome idêntico a uma verdadeira, o que dificultou a identificação da fraude. O golpe só foi descoberto após sucessivos atrasos no início da obra.
Até o momento, as investigações já identificaram movimentações bancárias de aproximadamente R$ 200 mil. Um dos envolvidos sacou, sozinho, cerca de R$ 80 mil em espécie. Também foi localizado um estabelecimento comercial com vínculo financeiro ao grupo criminoso, suspeito de ser usado para lavagem de dinheiro.
Mais vítimas
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar novos envolvidos e possíveis vítimas. A polícia orienta engenheiros e empresas a redobrarem a atenção antes de contratar serviços.
Entre as recomendações estão a checagem direta de CNPJs em fontes oficiais, contato com canais de atendimento confirmados e, sempre que possível, visitas presenciais às sedes das empresas contratadas.
Policial civil de costas para a rua
Divulgação/Polícia Civil
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará